5 de ago. de 2008

Folha em Branco

Essa semana aconteceu algo muito engraçado comigo: como de costume, eu estava com uma ideia na cabeça sobre o que escrever no blog, então sentei na frente do computador e fiquei esperando. Esperei, esperei, esperei... nada aconteceu. Eu não conseguir digitar um paragrafo completo. Desisti e resolvi recorrer para o site da Lagoinha. Chegando em casa, com aquela sensação de que "tá faltando algo", corri para o lugar secreto, e em meio as lágrimas e Bíblia e músicas e papéis, comecei a escrever. Olhei a folha de papel branquinha e comecei a descrever o que sentia; terminei o texto hoje, não sei se ficou bom, mas é o que sinto.


Folha em Branco

É impressionante as sensações que tenho diante de uma folha de papel em branco: posso me sentir como um aluno do primário que ainda descobre o prazer e a diversão das palavras, como também um escritor veterano que já domina tal arte; posso ter a impressão de ser uma inesgotável fonte donde jorra as mais belas frases e versos, ou até mesmo um árido deserto, que pouco oferece.

A folha em branco apresenta-se num primeiro momento vestida de uma armadura sólida de medo (medo de ser violada), e pondo medo em qualquer um que ouse viola-la e manchar sua pureza com rabiscos que chamam de “letras”. Porém, se a mesma folha encontrar alguém corajoso o suficiente para deflorá-la, ela percebe o quão é inútil resistir, cedendo e tornado-se a mais fiel companheira daquele que foi capaz de enfrenta-la e mostrá-la o precioso valor dos “rabiscos”.

Muitas vezes me sinto como uma folha em branco! Olho pra mim e vejo que nada tenho para oferecer, a não ser linhas que anseiam desesperadamente para serem preenchidas. Em contrapartida, sinto em mim o peso de uma armadura (a armadura do medo), que me impedi de viver qualquer nova experiência que seja.

Porém, eis que vem o Autor da Vida. E Ele vem pra tirar, em primeiro lugar, tudo que venha tolher a Sua Obra, retirar por completo a armadura que já está impregnada na folha em branco. Será doloroso, será difícil, mas será necessário. A folha deve estar livre de qualquer peso, para que ela possa viver intensamente cada momento com seu Amado Autor.

Depois de livre de toda a casca que a cercava, a folha agora está pronta para ser escrita, e é essa a parte mais linda: o Grande Escritor começa a escrever na folha um nova história, uma poesia de amor que irá encantar milhões de outras folhas que estão por aí perdidas. E essa história ficará tatuada para sempre nessa folha que apenas se rendeu ao agir Daquele que já havia determinado o futuro dessa folha.

Seja você também uma Folha em Branco nas mãos do Autor da Vida e deixe que Ele próprio escreva a Sua história em você.

::por
Jefferson Lopes de Araújo

Um comentário:

Snara Salvador disse...

Quero ser a folha em que Tu queiras escrever todos os dias, Senhor!!